sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

VALE – análise e últimas notícias

Após a queda expressiva dos preços dos papéis da Vale na Bovespa, estes se tornaram extremamente atraentes para alguns investidores. Este é o momento de comprar ações da Vale?

A maior parte das receitas da Vale vem da China e regiões que atualmente estão com melhores taxas de crescimento econômico. Os últimos resultados mostram isso. Além disso, os elevados ratings da Vale permitem que a empresa capte recursos a custos baixos.

É bastante provável que haja redução significativa de preço nos contratos de fornecimento. Entretanto, parte das perspectivas negativas já está incorporada ao preço das ações.

Assim como outras empresas exportadoras, a alta do dólar é benéfico para a Vale, pois o impacto positivo sobre as receitas compensa a variação dos custos, apesar de piorar a situação da dívida em dólar.

Motivos de otimismo dos investidores:

· A Vale é líder mundial na produção de minério de ferro;

· A qualidade superior do minério de ferro produzido pela Vale é reconhecida;

· O potencial de crescimento da Vale é maior do que o dos concorrentes em função dos mercados em que atua.

· A empresa conta com estrutura de custos bastante competitiva em relação a seus concorrentes internacionais;

· A empresa apresenta solidez histórica;

· A empresa atua ativamente no processo de consolidação do setor;

· Alta capacidade de geração de caixa;

· Logística eficiente;

· Bons ratings reduzem os custos para a tomada de empréstimos no Brasil e no exterior;

· O oligopólio da indústria de mineração traz grande poder de barganha nas negociações para reajustes;

· Os investimentos realizados proporcionam menor dependência da participação do minério de ferro no faturamento da companhia e possibilitam a ampliação dos mercados.

Pontos de atenção:

· Existe cada vez menos projetos de boa qualidade associados a baixos custos;

· Está sujeita a falta de equipamentos, serviços e mão-de-obra especializada em momentos de forte expansão do setor;

· Investimentos possuem um longo prazo de maturação;

· O desaquecimento da economia mundial pode levar a uma queda na demanda por minério;

· Difícil planejamento e previsibilidade de resultados pela volatilidade dos preços dos metais;

· Há vulnerabilidade quanto às condições políticas, econômicas e regulatórias nos países em que atua.

· Há grande concentração das exportações para países asiáticos, principalmente para a China;

· A percepção dos riscos dos investidores internacionais em relação ao Brasil pode prejudicar a capacidade de financiar os projetos de expansão e aquisições;

· Há desaquecimento da demanda externa, em especial no Hemisfério Norte;

· Os preços das principais matérias-primas estão em alta.

Análise gráfica: A indefinição na direção dos preços desde 29/10/2008 parece ter chegado ao fim (declínio do “-di”, crescimento do “+di” e elevação do “adx”). Talvez uma nova tendência de alta esteja se formando, visto que nos últimos 5 pregões o “+di” ficou superior ao -di” e houve elevação do “adx”. Os papéis fecharam, em 08/01/2008, a R$28,51, pouco acima da resistência de R$27,72.


quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

ARCZ6 – comentários e análises

A queda dos preços dos papéis da Aracruz (ARCZ6) em 2008, a segunda maior da Bovespa, é devida à divulgação dos resultados do 3o. trimestre daquele ano e ao cenário de incerteza quanto à demanda mundial por matérias-primas. A Aracruz apresentou um prejuízo líquido de R$1,6 bilhão, conseqüência direta de um resultado financeiro líquido negativo de R$2,5 bilhões, impactado pela contabilização de perdas de R$2,1 bilhões com operações de derivativos.

A empresa continua negociando com os bancos a reestruturação dos valores das operações com derivativos. É bastante provável que a empresa consiga um acordo com os bancos ou uma ajuda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para resolver os problemas financeiros oriundos das perdas com derivativos.

Para o futuro, a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) prevê que o Brasil vai produzir 12,8 milhões de toneladas de celulose em 2009 (7% a mais que em 2008).

Motivos que justificam o otimismo dos investidores:

· A Aracruz é a principal produtora de celulose de eucalipto do mundo;

· A Aracruz possui custo de produção extremamente competitivo, entre os mais baixos do mundo;

· Estão de volta os rumores de fusão com a Votorantim Celulose e Papel (VCPA4);

· A recente valorização do dólar frente ao real pode melhorar a rentabilidade com receita de exportação, influenciando positivamente o caixa da companhia;

· As exportações garantem hedge natural frente ao endividamento em moeda estrangeira;

· A logística da empresa deverá ser beneficiada com a aquisição da Riocell;

Pontos de atenção:

· A atividade tem como característica o comportamento cíclico dos preços;

· Existe um auto de infração recebido no final de 2005 que traz a possibilidade de perda do benefício fiscal da Agência de Desenvolvimento do Nordeste (ADENE), o que já foi apurado e se acrescido de juros, atinge aproximadamente R$211 milhões;

· A apreciação cambial piora o endividamento em dólar da companhia, além de gerar impacto negativo no resultado financeiro (apesar das exportações compensarem esse efeito);

· A Exposição à contratos de derivativos cambiais complexos podem trazer maiores perdas contábeis e também ao caixa da companhia;

· Dentre as empresas do setor de celulose e papel, a Aracruz sem dúvida foi a que apresentou o pior resultado líquido no 3o. trimestre de 2008.

A análise gráfica de 06/01/2009 mostra final da tendência de queda em 09/12/2008 (declínio do “-di”, crescimento do “+di” e queda do “adx”) e início de tendência de alta a partir de 19/12/2008 (“+di” > “-di”), tendência confirmada pela elevação do “adx” em 05/01/2009. Os papéis fecharam a R$2,72, aproximando-se da resistência de R$2,97.



Siderúrgicas pressionam Obama por ajuda de US$1 trilhão

Segundo o Ney York Times, executivos do setor siderúrgico estão pressionando o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, a aprovar um programa de investimento para construir estradas, pontes, redes de energia elétrica, escolas, hospitais e unidades de tratamento de água, durante os próximos dois anos, para aumentar a demanda por aço produzido nos EUA e ajudar a resgatar a economia nacional. O valor foi estimado em US$ 1 trilhão.

O setor estaria fazendo lobby sobre a equipe de transição de Obama para projetos de infraestrutura que exijam grandes volumes de aço.

CSN oficializa venda de 40% da Namisa por US$3 bilhões

Por meio de um comunicado oficial, a CSN ( CSNA3 ) informou que concluiu a venda de 40% do capital votante e total da subsidiária Namisa para a Big Jump Energy por US$ 3,08 bilhões.

Informações sobre o negócio já haviam sido comunicadas por este informativo em 23/12/2008.

A Big Jump tem como acionistas as seguintes concorrentes da CSN: Itochu Corporation; JFE Steel; Nippon Steel; Sumitomo Metal Industries; Kobe Steel, Nisshin Steel e Posco.

Do montante inicial, aproximadamente US$ 3,04 bilhões foram utilizados pela Big Jump para integralização de ações subscritas em aumento de capital da Namisa, mediante emissão de novas ações. Os 60% restantes da Namisa ficaram em guarda da CSN.

De acordo com a CSN, o montante recebido pela Namisa foi utilizado no pagamento de determinados valores devidos nos termos dos contratos de venda de minério de ferro bruto e prestação de serviços portuários.

Estrangeiros retiraram R$24 bilhões da Bovespa em 2008

O ano de 2008 apresentou o recorde de fuga de capital estrangeiro na Bolsa de Valores de São Paulo - Bovespa. De janeiro a 26 de dezembro, segundo dados da Bovespa, a diferença entre compra e venda de papéis somou R$24,6 bilhões. É o pior desempenho desde 1994, quando a Bolsa começou a publicar esse acompanhamento. O pior ano tinha sido 2007, quando os estrangeiros retiraram R$4,2 bilhões.

A situação, entretanto provocou o aparecimento de boas oportunidades de negócio. Isso porque a desvalorização dos papéis desde o início da crise internacional foi grande.