quinta-feira, 14 de maio de 2009

Perdigão – cenário incerto e fusão à vista

O cenário atual de queda dos preços de todas as proteínas animais, de desaceleração na demanda e do encarecimento do crédito é mais nebuloso do que o previsto pela companhia.

A Perdigão espera obter ganhos de sinergia oriundos da incorporação da Eleva e espera também que haja queda nos preços dos grãos, principalmente milho e soja, que são insumos relevantes.

Provavelmente os números do 1o. trimestre de 2009 serão pouco expressivos.

Pontos Positivos

  • Investimentos arrojados em ampliação e diversificação;
  • Detém marcas com grande abrangência e memorização pelos consumidores;
  • Potencial do mercado brasileiro de lácteos e margarinas;
  • Melhora no mix de produtos ofertados;
  • Aumento das vendas no mercado interno devido ao aumento da massa salarial no país;
  • Pertence ao Novo Mercado da Bovespa;
  • Pulverização da base de clientes no exterior.

Pontos Negativos

  • Risco implícito ao setor (gripe aviária);
  • Acirramento da concorrência;
  • Crise financeira internacional deve retrair a demanda de carnes brasileiras na Europa;
  • A retração da demanda internacional pode gerar redução das margens no curto prazo;
  • Embargo parcial aos suínos brasileiros pela Rússia devido à febre aftosa.

Notícias recentes

As companhias alimentícias Sadia (SDIA4) e Perdigão (PRGA3) decidiram unir forças e preparam uma fusão (fonte: Valor Econômico). O assunto ainda aguarda o cumprimento de algumas exigências da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), mas a fusão deverá ser concluída nos próximos meses.

De acordo com comunicado divulgado pelas empresas, a nova empresa será dividida da seguinte forma: de 65% a 70% do capital social ficará para os acionistas da Perdigão, enquanto o restante será entregue aos acionistas da Sadia.

O capital será pulverizado no Novo Mercado da BM&F Bovespa, mas os dois grupos deterão maior participação na nova empresa. Por último, cabe ressaltar que a operação entre Sadia e Perdigão não envolverá dinheiro, e sim a troca de ações das companhias.

Especula-se também que o BNDESPar entraria como investidor.

A Perdigão apresentou um comunicado ao mercado confirmando que mantém discussões com a Sadia, mas, até o presente momento, não chegaram a um acordo sobre os termos da associação.

Espera-se ganhos para a Perdigão. Tudo indica que o conglomerado será uma das maiores empresas brasileiras em valor de mercado, com ampla possibilidade de se tornar um importantíssimo player internacional no segmento alimentício.

Caso confirmada a proporção 70% - 30%, o valor das ações da Perdigão deveriam sofrer elevação, em termos atuais, de cerca de 16% em relação à Sadia.

Análise Gráfica

Os preços da Perdigão têm oscilado bastante, mas seguem trajetória ascendente. A Média Móvel de 12 dias têm comportamento ascendente há 5 semanas, no gráfico diário. O Indicador Direcional também tem oscilado bastante.

O ADX inverteu a direção 7 vezes nas últimas 8 semanas, mas o +Di tem se mantido acima do –Di nesse período.

O Indicador Estocástico também tem oscilado muito, mas a tendência de alta está confirmada por 2 false swings sendo um nesta semana e outro há 3 semanas. Em tese, não se deve comprar quando o Estocástico está muito acima da referência de 70%.

O MACD também oscilante mostra a linha de Sinal MACD crescente. Observar porém o histograma que mostra uma divergência de classe A (picos dos preços ascendentes e picos do histograma descendentes).

Em função das oscilações dos Indicadores no gráfico diário, talvez uma melhor análise possa ser conseguida no gráfico semanal.

No gráfico semanal, o Indicador Direcional responde muito lentamente e seus sinais chegam atrasados.

O Estocástico, por outro lado, mostra que aqueles que compraram PRGA3 em 03/04/2009 o fizeram no momento exato.

O MACD, no gráfico semanal também confirma tendência de alta.

O momento ótimo para compra certamente já passou, mas talvez ainda haja espaço para ganhos.

Gráfico Diário

Gráfico Semanal

CESP – Análises: empresa é recomendada por três corretoras

A Cesp (CESP6) possui concessão para duas usinas, Jupiá e Ilha Solteira, que em conjunto, correspondem a cerca de 70% da capacidade total da companhia.

A 2ª renovação das concessões dessas usinas ainda é uma incerteza. Mesmo considerando que a renovação deva ocorrer, o aspecto principal é que ela deva ocorrer de forma onerosa para a companhia. Há possibilidade de redução das tarifas a partir da renovação dessas usinas totalmente depreciadas, prejudicando a rentabilidade futura da empresa.

A partir de 2013, quando começam a vencer contratos com baixo preço assinados pela empresa em 2004/05, é de se esperar que ocorra razoável crescimento de rentabilidade para a empresa.

PONTOS POSITIVOS

· Maior geradora de energia do Estado de São Paulo;

· A Cesp é supridora de distribuidoras situadas em áreas com a maior renda per capita do País.

PONTOS NEGATIVOS

· Endividamento elevado;

· Endividamento da empresa, com cerca de 60% indexados ao dólar;

· O faturamento da companhia penalizado pelos baixos preços praticados no leilão de energia realizado em 2004;

· Incerteza quanto à renovação das concessões de duas de suas maiores usinas: Ilha Solteira e Jupiá.

Desempenho em 2008

A Cesp registrou prejuízo líquido de R$2,35 bilhões em 2008, contra lucro líquido de R$0,18 bilhões apurados em igual período do ano anterior. A receita líquida apresentada pela empresa no período foi de R$ 2,48 bilhões, 13,55% superior aos R$ 2,18 bilhões registrados no mesmo período de 2007.

Recomendações recentes

A SLW, a Credit Suisse e a Fator apresentaram suas carteiras recomendadas para o mês de maio. As três corretoras incluem a CESP (CESP6) como sendo uma das empresas recomendadas.

Confira as carteiras:

SLW


Empresa

Código

Preço-alvo

Upside*

Peso

Vale

VALE5

R$ 58,71

83%

10%

Bradesco

BBDC4

R$ 31,00

9%

10%

Cemig

CMIG4

R$ 35,25

35%

10%

Cesp

CESP6

R$ 30,10

88%

5%

Braskem

BRKM5

Em revisão

-

10%

Rossi

RSID3

Em revisão

-

10%

Perdigão

PRGA3

R$ 48,00

45%

10%

Gerdau

GGBR4

R$ 28,96

61%

15%

Petrobras

PETR4

R$ 45,00

40%

10%

Comgás

CGAS5

Em revisão

-

10%

*Potencial de valorização com base no fechamento de 7 de maio.


Credit Suisse


Empresa

Código

Preço-alvo (Em dólares)

Cesp

CESP6

US$ 12,00

Vivo (ADR)

VIV

US$ 21,00

Eletropaulo

ELPL6

US$ 16,00

ItaúUnibano

ITAU4

US$ 17,10

Pão de Açúcar

PCAR4

US$ 18,60

NET (ADR)

NETC

US$ 9,50

AmBev

AMBV4

US$ 62,30

Ultrapar (ADR)

UGP

US$ 31,00

CCU

CCU

US$ 7,20

Copa Airlines

CPA

US$ 42,00

Modelo

GMODELC

US$ 3,60

Televisa

TV

US$ 18,50


Fator


Empresa

Código

Preço-alvo
Dezembro/09

Upside*

Itaúsa

ITSA4

R$ 11,95

31,32%

WEG

WEGE3

R$ 16,25

15,41%

ALL

ALLL11

R$ 17,00

36%

Cesp

CESP6

R$ 27,00

70,13%

Petrobras

PETR4

R$ 32,90

1,08%

Eletrobrás

ELET3

R$ 35,00

21,53%

AmBev

AMBV4

R$ 137,00

9,69%

Copel

CPLE6

R$ 35,00

28,77%

Telesp

TLPP4

R$ 65,70

35,74%

AES Tietê

GETI4

R$ 21,00

11,11%

Banco do Brasil

BBAS3

R$ 20,08

-4,65%

Vivo

VIVO4

R$ 42,63

16,95%

Telemar

TNLP3

R$ 51,13

21,74%

*Com base na cotação de fechamento do dia 6 de maio

Análise Gráfica

Há cinco semanas, no gráfico diário, o Indicador Direcional apontou tendência de alta bem definida (notadamente a partir de 03/04/2009). Nesse período, a média móvel de 12 dias tem se comportado como linha de suporte. Há duas semanas os preços oscilam entre a resistência de R$16,54 e o suporte de R$15,30. Atenção ao ponto de venda quando o ADX apontar para baixo.

O Indicador Estocástico (lento) fez um false swing há uma semana indicando confirmação da tendência de alta. Atenção ao ponto de venda quando o Estocástico cruzar a linha de 70%.

O MACD está acima de zero, mas a média móvel (MME) se aproxima da linha de sinal. O ponto de venda, quando a linha de sinal cruzar a MME para baixo, será pouco significativo porque as duas linhas estão muito próximas, caso em que este a aplicação desse indicador é pouco recomendada.

Graficamente a recomendação é neutra. Para investidores comprados, a recomendação é de manutenção e atenção aos pontos de venda.

No gráfico semanal, a tendência de alta é visual a partir de 05/11/2008. Não há dados para construir os indicadores no gráfico semanal.

Gráfico Diário

Gráfico Semanal

domingo, 10 de maio de 2009

Natura – resultados positivos e confirmação das expectativas

A Natura (NATU3) divulgou seu resultado do primeiro trimestre, com lucro líquido de R$138,8 milhões, valor 76,6% acima do reportado no mesmo período de 2008.

De janeiro a março, a receita líquida da Natura atingiu R$ 844,7 milhões, 26,5% maior que os R$ 668,0 milhões observados no mesmo período de 2008. De acordo com a empresa, essa expansão reflete o bom desempenho que "os efeitos do nosso plano de ação" conseguiu ter a partir da segunda metade do ano passado.

Já o EBITDA fechou o trimestre em R$ 183,9 milhões, o que representa um avanço de 38% em relação aos três primeiros meses de 2008, quando registrou R$ 133,3 milhões. O EBITDA é o lucro operacional antes dos efeitos financeiros, depreciação e amortização.

Confira os números do trimestre

(em R$ milhões)

1T09

1T08

%

Receita Líquida

844,7

668,0

+26,5%

Ebitda

183,9

133,3

+38,0%

Lucro Líquido

138,8

78,6

+76,6%

O mercado recebeu bem os números da empresa, mas alguns analistas questionaram alguns pontos do balanço.

Os resultados da empresa refletem as estratégias de redução de despesas, os investimentos com marketing e o foco na inovação. A empresa deve apresentar bom resultado no próximo trimestre. Existe o temor de que a Natura continue tendo dificuldades em suas operações internacionais, principalmente em regiões mais atingidas pela crise, como os EUA e a Europa, apesar da boa estratégia de vendas promovida pela empresa.

Últimos dois meses

A análise apresentada no informativo de 05/03/2009, apontava o bom desempenho da Natura e seu descolamento em relação ao Ibovespa. Havia destaque para o fato de que o desempenho dos papéis da empresa aparentemente ignoravam a crise internacional. Aqueles que apostaram na Natura (NATU3) puderam verificar no período de 05/03/2009 a 10/05/2009 uma variação de 36,7%.

Análise gráfica

Confirmada a forte tendência de alta iniciada há três semanas. O Indicador Direcional continua indicando, no gráfico diário, tendência de alta, pois o ADX tem valor expressivo (45).

O gráfico semanal mostra claramente o descolamento em relação ao Ibovespa e também indica tendência de alta.

Os gráficos apresentam valores normalizados.


Gráfico diário





Gráfico semanal



TAMM – resultados positivos e perspectivas

O forte desempenho das ações da TAM (TAMM4) nesta semana reflete a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2009 da TAM, com destaque para a alta de 26,1% do lucro liquido em comparação com o mesmo período de 2008.

Os papéis da empresa acumulam alta de 35,3% na semana e 5,87% no ano. Os ativos fecharam o pregão desta sexta-feira (08/05/2009) cotados a R$ 20,21.

O resultado positivo da empresa, segundo analistas, se deve à diminuição dos custos operacionais após a queda nas cotações de petróleo e ao programa de reestruturação que prevê corte de 2000 vagas.

Investidores ainda veem a TAM com cautela, em função de maior exposição da companhia aérea a flutuações cambiais e das commodities.

Na segunda-feira (04/05/2009), a Fitch havia rebaixado os ratings da TAM e da GOL destacando um período difícil para companhias do setor. As perspectivas para as notas de crédito de ambas são negativas.

Para a Fitch, o rebaixamento dos ratings da TAM se baseia na deterioração do perfil de crédito da companhia, resultado da combinação de aumento de alavancagem e da maior utilização da posição de liquidez para financiar seus negócios.

O cenário para o setor de transporte aéreo nacional não é positivo para 2009. Antes a preocupação pairava sobre os custos, principalmente o câmbio e o petróleo. Agora, a crise financeira internacional traz incertezas quanto ao crescimento da demanda por passagens aéreas no âmbito mundial, e também no Brasil. Além disso, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovou a liberdade tarifária para os vôos intercontinentais, nicho de mercado em que a companhia é soberana entre as operadoras nacionais. Porém, diante do mercado mais desenvolvido e competitivo encontrado nos EUA e Europa, a tendência no médio/longo prazo é que a TAM venha a perder market share para as estrangeiras.

Pontos positivos

· Potencial de crescimento do mercado doméstico, em função da demanda reprimida;

· Crescimento da frota e investimentos em renovação;

· Liderança no mercado doméstico de aviação e considerável crescimento no mercado internacional.

Pontos de atenção

· Carga tributária brasileira é uma das mais altas do mundo;

· Cobrança incoerente de ICMS sobre os gastos com combustível, que nestes momentos de alta do petróleo, elevam demasiadamente os gastos tributários das companhias aéreas;

· Competição acirrada e muitas vezes desproporcional com as grandes companhias estrangeiras;

· Desequilíbrio, em alguns dos principais aeroportos nacionais, entre a oferta de capacidade/serviços aeroportuários e a demanda de tráfego;

· Apesar da demanda reprimida, a crise internacional tende a reduzir a demanda por assentos, principalmente, para vôos internacionais.

Análise gráfica

No gráfico diário, vê-se que as ações da TAM estão bastante abaixo do desempenho do Ibovespa, apesar da expressiva alta nos últimos dias. O Indicador Direcional aponta, há uma semana, reversão da tendência de baixa para alta (+Di maior do que –Di a ADX crescente). Os preços fecharam o pregão de 08/05/2009 a R$20,21, levemente acima da resistência de R$20,00.

O gráfico apresenta valores normalizados.


No gráfico semanal, não se vê ainda reversão da tendência de baixa no Indicador Direcional. Outros indicadores, entretanto (MACD e Estocástico) já mostram essa reversão.

O gráfico apresenta valores normalizados.


-0-